Infância
Não minha mãe. Não era ali que estava.
Talvez noutra gaveta. Noutro quarto.
Talvez dentro de mim que me apertava
contra as paredes do teu sexo-parto.
A porta que entretanto atravessava
talhada no teu ventre de alabastro
abria-se fechava dilatava.
Agora sei: dali nunca mais parto.
Não minha mãe. Também não era a sala
nem nenhum dos retratos de família
nem a brisa que a vida já não tem.
Talvez a tua voz que ainda me fala ...
... o meu berço enfeitado a buganvília ...
Tenho tantas saudades, minha mãe!
ARY DOS SANTOS, José Carlos, Obra Poética, Edições Avante
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2 comentários:
Las saudades de la madre son las mejores saudades porque a través de ellas canalizamos el deseo de volver a fundirnos en ella. El encuentro más dulce.
Un beso amiga Dulce.
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mãe
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xi
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