sexta-feira, 11 de maio de 2007

... para Submissão

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

MAIAKOVSKY, (excerto)

2 comentários:

Isabel disse...

Belíssimo texto.
Boa noite

Bjt

poetaeusou . . . disse...

*
tenebrosa realidade
*