"(...) a urgência é inseparável do amor."
ALLENDE, Isabel, "A soma dos dias", Difel, p. 110
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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"O sol brilha ainda como numa esperança derradeira que fica ainda quando já não há esperança nenhuma e se acredita no milagre para a haver"
FERREIRA, Virgílio, "Para sempre", Círculo de Leitores, p. 208
FERREIRA, Virgílio, "Para sempre", Círculo de Leitores, p. 208
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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Quem como eu em silêncio tece
Bailados, jardins e harmonias?
Quem como eu se perde e se dispersa
Nas coisas e nos dias?
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Dia do Mar" Caminho, p. 54
Bailados, jardins e harmonias?
Quem como eu se perde e se dispersa
Nas coisas e nos dias?
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Dia do Mar" Caminho, p. 54
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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Em teu macio olhar repousa o meu.
E na face polida assim formada
se reflecte e recria o próprio céu.
Daniel Filipe, "A Invenção do amor e outros poemas", Colecção Forma, p. 82
E na face polida assim formada
se reflecte e recria o próprio céu.
Daniel Filipe, "A Invenção do amor e outros poemas", Colecção Forma, p. 82
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
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"Antigamente todos os contos para crianças terminavam com a mesma frase, e foram felizes para sempre, isto depois de o Príncipe casar com a Princesa e de terem muitos filhos. Na vida, é claro, nenhum enredo remata assim. As Princesas casam com os guarda-costas, casam com os trapezistas, a vida continua, e os dois são infelizes até que se separam. Anos mais tarde, como todos nós, morrem. Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre. "
AGUALUSA, José Eduardo, "O Vendedor de Passados" in Citador
AGUALUSA, José Eduardo, "O Vendedor de Passados" in Citador
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
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"Dizem os budistas que a vida é um rio, que navegamos numa balsa em direcção ao nosso destino final. O rio tem a sua corrente, a sua velocidade, os seus escolhos e remoinhos, e ainda outros obstáculos que não podemos controlar, mas temos um remo para dirigir a embarcação sobre as águas. É da nossa destreza que depende a qualidade da viagem, mas não podemos mudar o percurso, que termina sempre na morte. Às vezes não temos outro remédio senão abandonar-nos à corrente ... (...)"
Allende, Isabel, "A soma dos dias", Difel, p.36/37
Allende, Isabel, "A soma dos dias", Difel, p.36/37
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
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"Olhar para a frente sem saber o que vai ser de nós. Olhar para trás sem nada poder reviver, corrigir, emendar sequer. Não conseguir fixar o presente, bom ou mau, tanto faz, o presente que não será mais. Sentir-se transportado para a frente e depois para trás, ficar tonto, prestes a cair, sem ter mão no que pensar. Levantar, andar, voltar e depois parar num mesmo sítio, sempre diferente. Desistir, recomeçar, deixar cair, agarrar por momentos e depois abandonar. Sentir-se feliz, absolutamente feliz, e logo depois desesperar, sem esperança alguma de voltar a acreditar, e depois voltar a acreditar, e sentir a felicidade, aos poucos, a voltar. Tudo isto à volta de um amor, por causa de um amor, tudo isto e muito mais, meu amor, que te tenho de esconder. Senão dizia-te."
PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, p. 51
PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, p. 51
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
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"Por mais que dispamos o que vestimos, nunca chegamos à nudez, pois a nudez é um fenómeno da alma e não de tirar fato."
PESSOA, Fernando, "O Livro do Desassossego", Novis, p. 169
PESSOA, Fernando, "O Livro do Desassossego", Novis, p. 169
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Folhas de Outono
Adormeço
No fundo de um poema
Ainda por fazer
Convoco a memória
E os sentidos
Na procura de tudo
Que se esconde na noite
Mas o silêncio perdura
As palavras fogem de mim
Como folhas de Outono
E desaparecem
Na sombra
De forma indolor
Mas tu já sabes a cor
Do meu silêncio,
As palavras
Que não escrevo,
Aquelas que não digo,
E que clandestinas
Vão pousar
Suavemente
Nos teus lábios ...
OLIVEIRA, Albino Santos, "Gotas de Luz", Ed. Xerazade, p. 45
No fundo de um poema
Ainda por fazer
Convoco a memória
E os sentidos
Na procura de tudo
Que se esconde na noite
Mas o silêncio perdura
As palavras fogem de mim
Como folhas de Outono
E desaparecem
Na sombra
De forma indolor
Mas tu já sabes a cor
Do meu silêncio,
As palavras
Que não escrevo,
Aquelas que não digo,
E que clandestinas
Vão pousar
Suavemente
Nos teus lábios ...
OLIVEIRA, Albino Santos, "Gotas de Luz", Ed. Xerazade, p. 45
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