quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

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"Olhar para a frente sem saber o que vai ser de nós. Olhar para trás sem nada poder reviver, corrigir, emendar sequer. Não conseguir fixar o presente, bom ou mau, tanto faz, o presente que não será mais. Sentir-se transportado para a frente e depois para trás, ficar tonto, prestes a cair, sem ter mão no que pensar. Levantar, andar, voltar e depois parar num mesmo sítio, sempre diferente. Desistir, recomeçar, deixar cair, agarrar por momentos e depois abandonar. Sentir-se feliz, absolutamente feliz, e logo depois desesperar, sem esperança alguma de voltar a acreditar, e depois voltar a acreditar, e sentir a felicidade, aos poucos, a voltar. Tudo isto à volta de um amor, por causa de um amor, tudo isto e muito mais, meu amor, que te tenho de esconder. Senão dizia-te."

PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, p. 51

2 comentários:

Teté disse...

Em tempos tentei ler um livro dele, mas desisti... não me dizia nada! Quem sabe se eram só os meus olhos, sem "olhos" de ler?

Jinhos!

Su disse...

adorei este excerto


(levo.o comigo)

jocas maradas...sempre