segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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"Há um elo secreto entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento. Evoquemos uma situação extremamente banal: um homem caminha na rua. De repente, quer lembrar-se de qualquer coisa, mas a lembrança escapa-lhe. Nesse momento, maquinalmente, o homem atrasa o passo. Pelo contrário, alguém que queira esquecer um incidente penoso que acaba de viver acelera sem dar por isso o ritmo da sua marcha como se quisesse afastar-se depressa do que, no tempo, lhe está ainda demasiado perto."

Kundera, Milan, "A lentidão", Asa, p. 31

3 comentários:

José disse...

Passo a vida a querer lembrar-me de qualquer coisa... de que será
?
Boa semana, beijinhos

poetaeusou . . . disse...

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Porque terá desaparecido o prazer da lentidão? Ah, onde estão os deambuladores de outrora? Onde estão esses heróis indolentes das canções populares, esses vagabun- dos que preguiçam de moinho em moinho e dormem ao relento? Terão desaparecido com os caminhos campestres, com os prados e as clareiras, com a natureza?
,
in - kundera - a lentidão -
*
xi
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Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Es cierto Dulce. Eso lo he experimentado muchas veces cuando camino. Si quiero disfrutar del pensamiento voy lenta y si algo me perturba aprieto el paso.

Cuánto tiempo sin venir por aquí.

Espero estés bien y con las mismas ganas de siempre, de darte y dar lo mejor de ti misma.

Un abrazo.