Aquelas cujos ombros se extinguiram
Contra os muros dum quarto misterioso
Onde há uma janela voltada para longe
Aquelas em cujos olhos não há cor
À força de fitarem o vazio
Que vai e vem entre o horizonte e elas
Aquelas cujo desespero cai
De todo o céu a pique sobre a terra,
Imutável e completo, igual
Ao silêncio do mar sobre os naufrágios.
Elas são aquelas que esperaram
Que todas as promessas se cumprissem
E que nos cegos deuses confiaram.
BREYNER, Sophia de Mello Breyner, "Dia do Mar", Caminho, p. 94
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Como eu! Como nós?!
Um beijo do tamanho do céu...
Postar um comentário